Sempre gostei de ler, habito que veio do meu pai, e poesias adorava, e adoro, e meu pai
Gostava de me ver recitá-las...
Mario Quintana, foi o primeiro poeta que conheci e o meu amor em poemas
Estudava no Ginásio Winston Churchill, na rua da Republica em Porto Alegre...
bairro cidade Baixa, parte antiga da cidade.
Tinha uma turma muito boa, adorávamos matar as aulas, principalmente as de matemática, ir para centro de Porto Alegre e andar de escada rolante nas lojas Americanas uma novidade.
Passávamos quase sempre no Jornal Correio do Povo, o pai de minha colega trabalhava na redação, e foi assim que vi, Mario Quintana pela primeira vez.
Ela apontou o dedo em sua direção, e disse que era poeta, já tinha o lido e visto
reportagens sobre ele, e gostei do que tinha lido, identificava-me com sua maneira de escrever.
Mario Quintana veio na nossa direção, deu um beijo na minha colega, que nos apresentou a ele, e contou que eu gostava de poesia de recitá-las, de escrever, ele riu, e disse:
- muito bem, mas não deixe de estudar, seja alguém, mais que um poeta.
- Qualquer dia destes traga-me algo seu para eu ler .
Adorei as suas palavras, imaginei o poeta lendo algo meu, e fiquei sonhando com isto.
Por muito tempo, matei aulas e muitas vezes, ficava esperando Mario Queniana aparecer na praça da Afândega para falar em poesia....
Eu o vi muitas vezes, sempre que tinha chance, puxava uma conversa, alguns desenhos e rabiscos do que considerava poesia lhe presentiava.
Um dia bem humorado, deu um apelido, a cada uma dos meus colegas, os matões de aula e a mim, chamou-me de flor, que me renderam alguns deboches, referencia a nomes de flores que não gostei muito.
Em uma oportunidade li para ele um poema de Castro Alves, junto com um pseudo poema que havia escrito que falava da lua, ele riu, e falou-me:
...Muito bom, botão de flor, um dia vai desabrochar, e eu entendi o que queria dizer ...
Mas isto não impediu que aos meus 13 anos, em um dos meus rompantes, brincando mas disse, que queria casar com ele, o que lhe rendeu, belas gargalhadas.
Minha tristeza, e não esqueço, foi velo no jornal com Bruna Lombarde, morri de ciúmes....
Guardo Mario Quintana no meu coração,adoro tudo que ele escreveu para mim é poeta unico,
e para sempre a ele meu carinho.
BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarzinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana
POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Mário Quintana
Sandra Mello-flor
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